Acalasia: sintomas, causas e tratamentos
- Dr. Christiano Makoto Sakai

- 25 de set.
- 3 min de leitura
A acalasia é uma doença rara que afeta o esôfago, o tubo responsável por levar os alimentos da boca ao estômago. Apesar de pouco conhecida, ela pode impactar fortemente na qualidade de vida, dificultando a deglutição e causando desconforto.
Entender seus sintomas, causas e opções de tratamento é fundamental para buscar ajuda médica no momento certo. Leia o artigo completo e saiba mais sobre essa condição

O que é a acalasia?
A acalasia é um distúrbio da motilidade esofágica, no qual o esfíncter esofágico inferior (válvula que conecta o esôfago ao estômago) não relaxa adequadamente.
Além disso, há uma perda dos movimentos peristálticos — ondas musculares que empurram o alimento para baixo. Isso faz com que a comida e os líquidos tenham dificuldade de chegar ao estômago, acumulando-se no esôfago e provocando sintomas característicos.
Principais sintomas da acalasia
Identificar os sinais precocemente é essencial para evitar complicações. Os sintomas mais comuns incluem:
● Dificuldade para engolir (disfagia) – percebida tanto para alimentos sólidos quanto líquidos.
● Regurgitação – retorno involuntário de alimentos ou líquidos ingeridos.
● Dor ou desconforto no peito – que pode ser confundido com problemas cardíacos.
● Perda de peso não intencional – consequência da dificuldade de alimentação.
● Azia ou sensação de queimação – devido ao acúmulo de alimentos no esôfago.
● Tosse noturna – provocada pela regurgitação quando a pessoa está deitada.
Vale destacar que a disfagia tende a se agravar com o tempo. Nos estágios iniciais, o paciente pode notar dificuldade apenas com alimentos sólidos, mas, posteriormente, também terá problemas para ingerir líquidos.
Causas da acalasia
A causa exata da acalasia ainda não é completamente compreendida. No entanto, pesquisas indicam que ela está relacionada à degeneração dos nervos responsáveis pela coordenação muscular do esôfago. Entre os possíveis fatores envolvidos, destacam-se:
● Alterações autoimunes – quando o próprio sistema imunológico ataca as células nervosas do esôfago.
● Infecções virais prévias – que podem desencadear a resposta inflamatória.
● Fatores genéticos – embora a acalasia raramente seja hereditária, há relatos de casos familiares.
Não há evidências de que hábitos alimentares ou estilo de vida sejam causas diretas da doença.
Como é feito o diagnóstico
O diagnóstico da acalasia requer avaliação médica especializada, normalmente conduzida por um gastroenterologista. Os principais exames incluem:
Endoscopia digestiva alta – permite descartar outras doenças, como tumores ou estenoses.
Esofagomanometria – exame que mede a pressão e os movimentos musculares do esôfago, sendo o mais específico para diagnosticar acalasia.
Esofagograma – radiografia com contraste que mostra a forma e o funcionamento do esôfago.
O diagnóstico precoce é essencial para evitar complicações como megaesôfago (dilatação excessiva) e aumento do risco de câncer esofágico.
Tratamentos para acalasia
Embora não exista cura definitiva para a acalasia, há tratamentos eficazes que aliviam os sintomas e melhoram a qualidade de vida. As principais opções incluem:
1. Dilatação endoscópica
Procedimento minimamente invasivo que utiliza um balão para forçar o relaxamento do esfíncter esofágico. Pode necessitar de repetição após meses ou anos.
2. Miotomia de Heller
Cirurgia que corta parte das fibras musculares do esfíncter, permitindo a passagem mais fácil dos alimentos. Costuma ser associada a um procedimento anti-refluxo.
3. POEM (Miotomia Endoscópica Peroral)
Técnica mais recente e minimamente invasiva, realizada por endoscopia, com bons resultados em diversos casos.
4. Tratamento medicamentoso
Inclui uso de medicamentos relaxantes musculares, como nitratos ou bloqueadores de canais de cálcio, indicado, principalmente, para quem não pode ser submetido a procedimentos invasivos.
A escolha do tratamento depende da idade do paciente, gravidade dos sintomas, condições de saúde e preferências pessoais.
Qualidade de vida após o tratamento
Com acompanhamento médico e tratamento adequado, muitos pacientes conseguem retomar uma alimentação próxima do normal. Entretanto, é importante adotar alguns cuidados diários, como:
● Comer devagar e mastigar bem os alimentos.
● Evitar deitar logo após as refeições.
● Fracionar as refeições em porções menores.
● Manter acompanhamento regular com o gastroenterologista.
Quando procurar um especialista
Se você apresenta dificuldade frequente para engolir, perda de peso sem explicação ou regurgitação persistente, procure avaliação médica. O diagnóstico e tratamento precoces são fundamentais para evitar complicações e garantir melhor qualidade de vida.
No CPE – Centro Paulista de Endoscopia, contamos com equipe especializada e tecnologia de ponta para diagnóstico e tratamento da acalasia. Agende sua consulta e receba o cuidado que você merece.




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