Câncer de esôfago: sintomas, diagnóstico e tratamento
- Dra. Jamile Rosário Kalil

- 24 de out.
- 4 min de leitura
O câncer de esôfago é uma das doenças mais preocupantes na área da gastroenterologia, tanto pela sua gravidade quanto pelo fato de, em muitos casos, ser silencioso em seus estágios iniciais. Quando os sinais aparecem, a doença já pode estar em fase avançada, o que torna o tratamento mais desafiador.
Por isso, reconhecer os sintomas do câncer de esôfago, compreender as opções de diagnóstico e conhecer os tratamentos disponíveis é fundamental.
Neste artigo, reunimos informações atualizadas para ajudar você a entender melhor essa condição.

O que é o câncer de esôfago?
O esôfago é um tubo muscular que conecta a boca ao estômago e tem a função de transportar alimentos e líquidos. O câncer ocorre quando as células que revestem esse órgão sofrem mutações e passam a se multiplicar de forma desordenada, formando tumores.
Existem dois tipos principais:
● Carcinoma de células escamosas: mais comum na parte superior e média do esôfago. Está fortemente associado ao tabagismo, ao consumo excessivo de álcool e à má alimentação.
● Adenocarcinoma: aparece geralmente na porção inferior do esôfago, muitas vezes relacionado ao refluxo gastroesofágico crônico e ao esôfago de Barrett. Também pode estar ligado à obesidade.
Ambos os tipos são graves e exigem diagnóstico precoce para aumentar as chances de cura.
Sintomas do câncer de esôfago
Um dos maiores desafios é que, em estágios iniciais, o câncer de esôfago pode ser assintomático ou causar sinais muito discretos. Com a evolução da doença, surgem sintomas como:
● Dificuldade para engolir (disfagia): primeiro com alimentos sólidos e, mais tarde, até com líquidos.
● Dor ou sensação de pressão ao engolir.
● Azia ou refluxo constante, que não melhora com tratamento usual.
● Perda de peso rápida e sem explicação.
● Rouquidão persistente ou tosse crônica.
● Sensação de alimento preso na garganta ou no peito.
● Regurgitação frequente de alimentos.
Se você apresenta esses sintomas de forma persistente, é essencial buscar avaliação médica.
Principais fatores de risco
O câncer de esôfago está diretamente relacionado a fatores de risco que podem ser prevenidos. Os mais relevantes são:
● Tabagismo: aumenta significativamente a probabilidade de carcinoma de células escamosas.
● Consumo de álcool: o risco cresce quando associado ao cigarro.
● Obesidade: ligada ao desenvolvimento do adenocarcinoma, devido ao aumento do refluxo gastroesofágico.
● Refluxo crônico e esôfago de Barrett: inflamação e alterações celulares que favorecem o surgimento do câncer.
● Dieta pobre em fibras, frutas e vegetais.
● Idade e sexo: homens acima dos 50 anos são mais afetados.
● Histórico familiar da doença.
Modificar hábitos de vida é uma medida importante de prevenção.
Como é feito o diagnóstico?
O diagnóstico precoce é essencial para um melhor prognóstico. Os exames mais utilizados incluem:
● Endoscopia digestiva alta: é o exame padrão-ouro. Permite a visualização direta do esôfago e a coleta de material para biópsia.
● Biópsia: análise laboratorial que confirma a presença de células cancerígenas.
● Ultrassonografia endoscópica: avalia a profundidade do tumor e o comprometimento de linfonodos.
● Exames de imagem (tomografia computadorizada, PET-Scan, ressonância magnética): utilizados para verificar a extensão da doença e possíveis metástases.
No CPE – Centro Paulista de Endoscopia, contamos com equipamentos de ponta e especialistas capacitados para garantir um diagnóstico preciso e seguro.
Tratamentos disponíveis
O tratamento do câncer de esôfago varia de acordo com o estágio da doença, o tipo de tumor e a condição clínica do paciente. Entre as opções estão:
Cirurgia esofágica: indicada principalmente para tumores localizados, podendo envolver a retirada parcial ou total do esôfago.
Radioterapia: utiliza radiação para destruir células cancerígenas. Pode ser feita antes da cirurgia (neoadjuvante) para reduzir o tumor, ou após (adjuvante) para evitar recidivas.
Quimioterapia: medicamentos que atacam as células tumorais. Geralmente é usada em combinação com a radioterapia.
Terapias endoscópicas: em estágios iniciais, técnicas como mucosectomia ou ablação por radiofrequência podem tratar lesões precoces sem necessidade de cirurgia invasiva.
Terapias-alvo e imunoterapia: opções mais recentes, indicadas em casos específicos, que ajudam o próprio sistema imunológico a combater o câncer.
O tratamento é definido por uma equipe multidisciplinar, que inclui gastroenterologistas, cirurgiões, oncologistas e nutricionistas.
Prognóstico e importância do diagnóstico precoce
O câncer de esôfago tem prognóstico variável. Quando diagnosticado em fases iniciais, as taxas de cura aumentam significativamente, principalmente quando o tratamento envolve cirurgia ou terapias endoscópicas.
Infelizmente, muitos casos ainda são identificados em estágios avançados, quando a doença já compromete outros órgãos. Nesses cenários, o tratamento busca controlar os sintomas, melhorar a qualidade de vida e prolongar a sobrevida.
A mensagem principal é clara: quanto mais cedo for feita a investigação, melhores serão as chances de tratamento bem-sucedido.
Agende sua consulta
O câncer de esôfago é uma doença séria, mas que pode ser enfrentada com melhores resultados quando identificada precocemente. Estar atento aos sintomas, conhecer os fatores de risco e realizar exames como a endoscopia digestiva alta são medidas fundamentais para a prevenção e o diagnóstico precoce.
No CPE – Centro Paulista de Endoscopia, você conta com tecnologia avançada e especialistas preparados para cuidar da sua saúde digestiva com atenção e precisão.
Se você apresenta sintomas suspeitos ou precisa de acompanhamento, agende sua consulta e cuide do seu bem-estar.




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